terça-feira, 21 de abril de 2009

Tatianne Barcellos - A quanto tempo você é formada e por qual faculdade?

Vilma Ribeiro - Sou formada à cerca de 20 anos,pela PUC

Minas do Coração

Eucarístico.




» Hoje em dia qual é sua área de atuação? Como você exerce sua profissão?



Sou gerente regional de comunicação social Noroeste, atuando na área de assessoria de imprensa que possui atividade jornalística, pois apesar de não trabalha no veículo de comunicação exerço aqui funções de jornalistas, apura, redigir e editar. O que determina a função jornalística não é onde você trabalha e sim o serviço que executa.



» Como foi sua experiência no mercado de trabalho após ter se formado em jornalismo?



Na época em que me formei cerca de 20 anos atrás o mercado era mais promissor você já saia da faculdade com proposta de emprego. Assim que me formei comecei a trabalha no jornal Edição Mineira, depois fui com uns amigos trabalha no jornal em Uberlândia, nós éramos os primeiros jornalistas formados a chegar na cidade, recebíamos muito bem, cerca de 20 salários mínimos, na época era nós que escolhíamos os salários de tão valorizado que era o mercado, ele que procurava o profissional.


» O mercado de trabalho atual é promissor na área jornalística?



O mercado de trabalho hoje é difícil, encontra-se saturado, até pelas condições de que qualquer um pode exerce a profissão. A classe dos jornalistas e suas entidades tipos sindicatos e Federação Nacional dos Jornalistas não conseguiu cria o conselho federal de jornalismo e além desse impasse nós tivemos um retrocesso porque a regulamentação da profissão está na berlinda, já que com a possibilidade de uma nova lei de imprensa a justiça coloca em questão juntamente com o apoio de um deputado carioca a extinção do diploma de jornalismo. O profissional hoje tem que ser eficaz, criar suas próprias alternativas de trabalho.


» Qual a sua opinião sobre

profissionais que atua na área jornalística, mas não tem diploma?


É um crime, caso de polícia e deveria ser dado a mesma importância quando um médico atua no mercado de trabalho sem uma formação acadêmica.


» O que você acha da nossa lei de imprensa, quais os pontos positivos e negativos dessa lei? Você tem alguma sugestão de melhoria da lei?


A lei de imprensa foi criada em 1967, na época da ditadura militar com punições severas aos jornalistas que escreviam determinadas matérias, possuindo alguns respingos do sistema autoritarista. Falando até em prisão do profissional. Por isso eu acho que a lei precisa passa por uma revisão geral, completa. Deveria ter uma lei de imprensa que trate com direitos iguais a questão dos jornalistas e das fontes, mesmo porque muita coisa muda nos últimos anos a sociedade, o regime político, uma nova constituição foi criada e a lei tem que haver uma concordância com essa nova constituição e com a questão do jornalismo eletrônico, digital. Sou a favor de que haja sim uma lei de imprensa, mas uma lei democrática.


» Nos jornais como funciona a censura? O governo tem algum controle sobre o que é publicado ou noticiado nos jornais?


Eu acho que tem a censura no mercado, o governo se tem algum controle é meio complicado, não tem como eu afirmar sobre isso. O que eu acho é que grande parte da sustentação dos jornais vem do poder público seja ele a prefeitura, o estado ou federal, o que não deixa de ser uma espécie de censura.


» Você conhece o sindicato dos jornalistas, tem alguma sugestão ou reclamação do sindicato?


Já fui diretora dele várias vezes, falar no sindicato. É um espaço que funciona como um fórum de valorização da categoria e defesa do interesse público à informação de qualidade e de valorização dos profissionais, assim sendo assegura o direito da sociedade a informação e a defesa de bons salários e melhores condições de trabalho. Não tenho nenhuma reclamação a fazer pelo contrário, acho que se o sindicato é forte ou fraco 99% tem está relacionado com a categoria, pois quem faz o sindicato é a própria categoria. Por exemplo, se um estudante hoje, já começa a frequenta a sindicato, cria seu espaço e sensibiliza seus colegas a importância de se entra no mercado de trabalho consciente dos seus direitos e deveres como profissional apoiado na própria entidade que te representa fortalecendo sua classe.


» Com a revolução da tecnologia, o desenvolvimento da web qual sua opinião sobre o futuro do jornal impresso? Você acredita no fim do jornal?


Não, porque se você observar a trajetória da mídia vai perceber uma interação entre elas e não uma substituição de uma pela outra. Por exemplo, quando surgiu o vídeo cassete as pessoas pensaram que o cinema iria acabar, mas ele está ai até hoje, com o surgimento da televisão pensava-se no fim do rádio, mas o que também não ocorreu, comprovando uma interatividade entre os veículos de comunicação. Mas será necessário uma mudança na superfície de atuação dessas mídias, o impresso teria que ter um perfil talvez mais opinativo, analítico. Uma vez que o rádio e o jornalismo digital possuem informação em tempo real, então teria que se repensa a mídia impressa.


» Você acha que esse avanço tecnológico trouxe alguma mudança em termos jornalísticos?


Sim, como a criação de vários canais de comunicação. Por exemplo, se uma emissora de televisão não trouxe um fato com bastante exatidão, os outros meios de comunicação como blogs iram contestar tal fato. O avanço tecnológico criou outros canais não convencionais para que a informação circule na sociedade, como blogs e sites, democratizando o acesso da sociedade a informação e mostrando aos veículos que eles não são detentor da informação. Outro exemplo foi um problema de enchente que ocorreu em Minas e não foi noticiado pelos canais de TVs, então as pessoas começaram a enviar imagens para vários blogs, por todo país mostrando em que situação a cidade se encontrava e constatando que a televisão não estava cobrindo um fato que era importante no momento.



» O jornalismo é uma profissão na qual você tem orgulho, prazer de exercer?


É sim uma profissão que eu gosto de exercer.


» O jornalismo é uma profissão a ser seguida, qual conselho você daria aos novos estudantes dessa área?


Os futuros jornalistas deveriam ler muito, procurar se informar ao máximo sobre tudo que se passa a sua volta e não se deixar ser seduzido pela cultura inútil, principalmente da internet onde eu acho que circula muita coisa sem utilidade. Devendo estar sempre atento.

Por: Tatianne Barcellos

Edição: Cristiane fonseca

Fotografia: Tatianne Barcellos

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